Educação em Saúde

Higienização das Mãos em Serviços de Saúde

Publicado em 5 de junho

A higienização das mãos é uma prática fundamental em serviços de saúde, reconhecida globalmente por sua eficácia na prevenção de infecções e na promoção da segurança do paciente. Por isso, neste artigo, vamos entender melhor como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde ressaltam essa prática como uma barreira importante contra a disseminação de microrganismos patogênicos nos cuidados prestados à saúde.

Vamos também nos aprofundar em consequências da ausência dessa prática, diretrizes de entidades reguladoras e no papel tanto dos profissionais quanto da sociedade nessa questão tão importante.

Consequências da falta de higienização adequada das mãos em ambientes de saúde

A ausência de práticas adequadas de higienização das mãos pode levar a graves consequências em ambientes de saúde. Estudos indicam que uma significativa porcentagem das infecções adquiridas em hospitais poderia ser evitada com a prática regular e correta da higienização das mãos. (CAIRES, 2016)

Nesse cenário, essas infecções não apenas prolongam o tempo de internação e aumentam os custos hospitalares, mas também podem resultar em complicações severas. As mãos dos profissionais de saúde constituem o principal meio de transmissão de microrganismos. Contudo, raramente associam as infecções adquiridas pelos pacientes nos hospitais à inadequada higienização das mãos da equipe de saúde. (HAAS,2008)

5 momentos da higienização das mãos

A OMS estabeleceu os "5 Momentos da Higienização das Mãos", que orientam quando os profissionais de saúde devem higienizar as mãos: antes do contato com o paciente, antes de realizar procedimentos assépticos, após risco de exposição a fluidos corporais, após o contato com o paciente e após o contato com áreas próximas ao paciente. (OMS, 2008)

Em muitos hospitais brasileiros, a adoção rigorosa desses 5 momentos tem ajudado a reduzir os casos de infecção, especialmente em UTIs.

Mais do que uma medida protocolar, a higienização deve ser um hábito consciente. A infecção pode se disseminar ativamente, e a preocupação precisa ir além do cuidado com o paciente, incluindo também o ambiente ao redor e a proteção do próprio profissional. Por isso, adotar medidas eficazes é indispensável para evitar a propagação de agentes patogênicos (DOURADO, 2016).

Essa abordagem holística é apoiada por entidades como a OMS e desempenha um papel importante na diminuição das taxas de infecção hospitalar. (OMS, 2009)

Recomendações da Anvisa e outras entidades reguladoras

A Anvisa fornece diretrizes claras sobre a higienização das mãos, alinhadas com as recomendações da OMS. Essas diretrizes têm como objetivo padronizar as práticas em todos os serviços de saúde do país, envolvendo os profissionais em um compromisso contínuo com a excelência e segurança. As instruções incluem o uso adequado de sabões antissépticos, soluções alcoólicas e técnicas corretas de lavagem das mãos. (ANVISA, 2007)

Papel do profissional de saúde e da sociedade

Além do treinamento e da implementação de políticas, o papel individual do profissional de saúde também é determinante. Todos os profissionais, de todas as áreas precisam assumir sua responsabilidade. Criar uma cultura institucional que valorize a segurança do paciente incentiva práticas preventivas duradouras (KOHN, 2000).

Ao mesmo tempo, a sociedade, por meio de campanhas informativas e parcerias entre órgãos governamentais e organizações não governamentais, pode aumentar a conscientização sobre a importância da higienização das mãos, incentivando um comportamento cuidadoso por parte de todos envolvidos no cuidado à saúde. (BRASIL, 2010).

Conclusão

Garantir a segurança do paciente começa com atitudes simples — como a higienização das mãos. A adesão a diretrizes estabelecidas pela OMS e Anvisa, juntamente com uma abordagem de educação continuada, desempenha um papel essencial na prevenção de infecções hospitalares.

O que esse artigo destaca é simples, mas poderoso: a colaboração entre profissionais, instituições e sociedade é essencial para manter e aprimorar os padrões de qualidade na saúde. A higienização das mãos deve ser vista não apenas como uma responsabilidade individual, mas como um compromisso coletivo com a saúde pública.

Palavras-chave: Higienização. Lavagem das mãos. Controle de Infecções.

Referências Bibliográficas

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Higienização das mãos em serviços de saúde. ANVISA: Brasília, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

CAIRES, M. S. et al. Avaliação das práticas de higienização por estudantes de medicina da Universidade Federal da Bahia (Brasil) durante atendimento clínico. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 40, n. 3, p. 411-422, 2016.

DOURADO, S. B. P. B. Higienização das mãos: seus efeitos nos índices de infecção e custos hospitalares. Rev. enferm. UFPE, p. 3585-3592, 2016.

Haas JP, Larson El. Compliance with hand hygiene. AJN. 2008 Aug;108(8):40-4.

KOHN, LT; CORRIGAN, JM; DONALDSON, MS. To err is human: building a safer health system. Washington, DC (US): National Academy Press, 2000.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Manual para observadores: estratégia multimodal da OMS para a melhoria da higienização das mãos. Brasília, 2008.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Hand hygiene technical reference manual: tobe used by health-care workers, trainers and observers of hand hygienepractices. Geneva: WHO Press, 2009.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health Care: First Global Patient Safety Challenge Clean Care is Safer Care. WHO: 2009.



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